Os partidos de oposição RENAMO e MDM anunciaram que seus deputados não participarão da cerimónia de tomada de posse da nova Assembleia da República, agendada para esta segunda-feira, 13 de janeiro. A decisão foi comunicada no fim de semana pelas comissões políticas de ambas as formações políticas.
Este domingo , a RENAMO afirmou que os seus deputados não assumirão os assentos parlamentares. O porta-voz do partido, Marcial Macome, declarou que a decisão está ancorada na exigência pelo respeito à “vontade do povo” e na demanda por “eleições livres, justas e transparentes”. Segundo a RENAMO, a cerimónia carece de “valor solene” e representa um “desrespeito à vontade dos moçambicanos”. O partido não reconhece os resultados das últimas eleições e defende a realização de um novo pleito como condição para garantir a legitimidade democrática.
No sábado (11), o MDM também anunciou que os seus oito deputados não tomarão posse. Em comunicado divulgado após uma reunião extraordinária da Comissão Política Nacional, o porta-voz Ismael Nhacucue afirmou que o partido está “alinhado com o povo na luta pela verdade eleitoral”. O MDM contesta os resultados que garantiram à FRELIMO uma maioria no parlamento e reforça a necessidade de estabilização política antes de qualquer reconsideração.
O boicote das duas principais forças de oposição reforça o clima de tensão política em Moçambique, com apelos por maior transparência e legitimidade nos processos eleitorais.