O índice de tamanho corporal não vai desvanecer, sugere um novo relatório, mas poderia ser rebaixado a somente um primeiro passo para fazer um diagnóstico mais matizado da obesidade porquê doença, um que distinga entre o que é e o que não é (ainda) uma doença. doença que requer tratamento.
Uma percentagem global da Lancet Diabetes and Endocrinology sobre obesidade clínica publicada na terça-feira reconhece que o IMC – a métrica familiar derivada da profundidade e do peso – pode ser útil porquê instrumento de rastreio antes que indicadores mais relevantes do ponto de vista médico, principalmente o excesso de gordura corporal, sejam postos em jogo. O IMC pode dizer-nos sobre a saúde das populações, mas para o quidam que trabalha num consultório de cuidados primários, a forma porquê os seus níveis de gordura podem estar a afectar a função dos órgãos é muito mais reveladora.
Definir a obesidade porquê uma doença tem sido uma mudança radical que está em curso há muito tempo, desde a Organização Mundial de Saúde em 1948, uma peroração mais recentemente ecoada por sociedades médicas porquê a Associação Médica Americana em 2013.
Dez anos depois, a AMA instou os médicos a rebaixarem o IMC nas avaliações de saúde dos pacientes. Os tratamentos também estão a ser mais escrutinados, à medida que as recentes orientações da Food and Drug Administration dos EUA se aproximam dos medicamentos para perda de peso e se afastam das mudanças no estilo de vida porquê a primeira opção a considerar pelos médicos e pacientes.
Essa mudança – reconhecer a obesidade porquê uma doença e não somente um risco para outras doenças – exige mais nitidez no diagnóstico, concluiu a percentagem Lancet.
“A falta de um diagnóstico galeno não poderia ter mais consequências porque não permite, a nível individual, estabelecer realmente qual é o nível de saúde ou doença da pessoa devido à obesidade”, Francesco Rubino, presidente da percentagem e professor de metabolismo e cirurgia bariátrica no King’s College London, disse em entrevista. “Sem uma descrição médica harmónico do que a obesidade parece ser uma doença isolada, não é verosímil sequer responder à questão de saber se a obesidade é uma doença ou não, que tem sido um debate muito amornado há muitos anos.”
Anos de concentração de evidências mostrando porquê a obesidade pode prejudicar o funcionamento dos órgãos foram revistos pela percentagem, levando-a a desenvolver uma novidade estrutura para diagnóstico e tratamento.
A percentagem, um grupo internacional de especialistas que inclui pessoas com obesidade, propõe duas novas categorias de doenças: obesidade pré-clínica e clínica. A gordura corporal e onde ela está distribuída pelo corpo, muito porquê 18 testes de marcadores biológicos para níveis elevados de açúcar no sangue ou colesterol, entre outros sinais, devem ser avaliados, juntamente com a doença em curso. Treze indicadores são sinalizados para crianças, incluindo problemas músculo-esqueléticos que influenciam o desenvolvimento do seu corpo.
Falta de ar, dores nas articulações e anomalias metabólicas porquê diabetes tipo 2 são sinais óbvios do que a percentagem classifica porquê obesidade clínica. Mas um IMC ressaltado sem esses sintomas pode valer que uma pessoa – pense num desportista – tem tamanho muscular superior ao normal.
O IMC pode sinalizar pessoas que só devem ser observadas, e não tratadas, no que labareda de obesidade pré-clínica, quando estão em risco, porquê o pré-diabetes ou a pré-hipertensão. Há também pessoas que não atingem o limite de 30 IMC para obesidade e que, no entanto, correm risco de doenças cardiovasculares graves porque seus corpos carregam excesso de gordura sob o radar do IMC.
A obesidade clínica é definida porquê uma doença crônica associada à disfunção orgânica contínua causada somente pela obesidade, disse a percentagem. A obesidade pré-clínica está associada a vários graus de risco à saúde, mas não a doenças contínuas.
Para focar na obesidade sem depender somente do IMC, a percentagem recomenda medidas diretas de gordura, porquê periferia da cintura, relação cintura-quadril ou relação cintura-altura. A varredura DEXA mais sofisticada da gordura corporal pode ser mais precisa, mas não está amplamente disponível nos Estados Unidos ou em muitos outros países.
Oferecido o recente aumento de medicamentos caros para a obesidade ao longo da vida e a sisudez da cirurgia para perda de peso, determinar corretamente a obesidade é fundamental para evitar tanto o subdiagnóstico porquê o sobrediagnóstico, disse Rubino.
As conclusões da percentagem, aprovadas por 76 organizações médicas em todo o mundo e publicadas no The Lancet Diabetes & Endocrinology, não dependeram de financiamento da indústria, mas foram apoiadas pela King’s Health Partners. Os 58 membros da percentagem declararam múltiplos conflitos de interesses, incluindo bolsas de investigação ou honorários de consultoria de empresas que fabricam ou comercializam medicamentos para a obesidade.
Segundo a abordagem da percentagem, o processo de diagnóstico começaria com o IMC porquê um sinal vital e depois levaria em conta as características individuais, incluindo biomarcadores sanguíneos e comportamentos. A pessoa consegue realizar atividades diárias típicas? Os sistemas renal, nervoso, urinário e reprodutivo estão funcionando? Caso contrário, isso aponta para obesidade clínica.
Pessoas com excesso de gordura corporal podem não ter evidência de tais problemas nos órgãos na chamada tempo pré-clínica, mas são consideradas em risco aumentado de problemas cardiovasculares, diabetes tipo 2 e alguns tipos de cancro, muito porquê obesidade clínica. Nas crianças, o histórico familiar de diabetes tipo 2 ou hipertensão é mormente importante na avaliação da premência de tratamento na tempo pré-clínica, disse Louise Baur, dirigente de saúde infantil e juvenil da Universidade de Sydney, em entrevista coletiva na segunda-feira.
“Duas crianças podem partilhar a mesma gordura corporal, o mesmo IMC, mas uma corre um risco muito maior do que a outra”, disse ela.
“Você pode ter obesidade e ainda assim ser muito saudável e nunca desenvolver um problema médico”, disse Robert Kushner, membro da percentagem, internista e professor de medicina na Northwestern Feinberg School of Medicine, em entrevista ao STAT. Ele liderou ensaios clínicos do medicamento para obesidade semaglutida, incluindo STEP e SELECT. “Mas chamamos-lhe ‘obesidade pré-clínica’ porque, mesmo nessa situação, sabemos, através de outros estudos, que se esperarmos tempo suficiente, existe um risco maior de desenvolver problemas médicos.”
O IMC há muito está caindo em desuso. Quando a Associação Médica Americana apelou à redução do IMC em 2023, culpou a sua “exclusão racista” e “dano histórico”. O grupo também recomendou medir a periferia da cintura e também a elaboração corporal.
Rubino reconheceu a grande versatilidade de risco associada ao IMC que não leva em conta raça e etnia. Os critérios para a periferia da cintura porquê medida de gordura corporal variam entre as diferentes populações ao volta do mundo.
“Se você quiser usar uma medida de obesidade baseada no IMC, você cria involuntariamente um mecanismo para desigualdades e discriminação”, disse ele. Ainda assim, “embora muitos dos determinantes sociais da obesidade que no envolvente atual possam e devam ter alguma consideração, a questão de saber se um tanto é ou não uma doença é essencialmente uma questão médica”.
A percentagem recebeu elogios cautelosos de alguns especialistas não envolvidos na sua geração.
“Eu os aplaudo em espírito”, disse Ethan Weiss, cardiologista da Universidade da Califórnia, em São Francisco. “Também reconheço que é difícil colocar a pasta de dente de volta no tubo e que o mundo existe agora de uma forma muito centrada no IMC.”
Os ensaios clínicos usam o IMC em seus critérios de inclusão, assim porquê as aprovações e rótulos da FDA baseados neles. As companhias de seguros tomam decisões com base nessas decisões.
“Não será um tanto da noite para o dia em que o interruptor será acionado e deixaremos de falar sobre o IMC e passaremos a falar sobre alguma outra medida de obesidade”, disse ele. “Eu os aplaudo por sugerirem que tentássemos, porque certamente faz sentido do ponto de vista intelectual.”
Na sala de exames, disse Weiss, incentivar os médicos a se concentrarem nos fatores mecanicistas e primários do risco – ou seja, na obesidade e não somente no IMC – é um bom início.
Melanie Jay, professora de medicina e saúde populacional na Universidade de Novidade York, codiretora do Programa Abrangente de Obesidade Langone da NYU e pesquisadora da VA, disse que aprecia a disputa da percentagem com questões com as quais os médicos vêm lidando há muito tempo.
“Paladar que não se dependa somente de comorbilidades relacionadas com a obesidade para poder tratar a sua doença”, disse ela, mormente quando as seguradoras exigem outro diagnóstico, porquê hipertensão ou diabetes, mesmo que os pacientes estejam a ser tratados num programa de controlo de peso.
Ela se pergunta sobre a possibilidade de recorrer à periferia da cintura porquê a melhor maneira de determinar a tamanho gorda prejudicial à saúde de uma pessoa. Embora razoável, ela se preocupa se é estigmatizante – ou necessário – se o IMC de alguém for 35 ou superior. “Acho que os pacientes já não gostam de ser pesados quando vão ao médico. É muito mais invasivo colocar uma fita métrica na cintura.”
As medidas da cintura não seriam necessárias se o IMC estivesse supra de 40, disse um membro da percentagem em coletiva de prelo na segunda-feira. “Podemos assumir que alguém com um IMC muito ressaltado tem necessariamente tecido gorduroso suplementar porquê segmento da sua elaboração corporal”, disse Robert Eckel, professor emérito de medicina na Universidade do Colorado.
Os comissários afirmam que as pessoas com um IMC de 40 são susceptíveis de apresentar sintomas e sinais claros de obesidade, desde movimentos limitados a preocupantes análises ao sangue, que poderão não necessitar de ser confirmadas com uma mensuração corporal.
O presidente da Percentagem, Rubino, acredita que tratamentos estabelecidos, porquê a cirurgia bariátrica, e ferramentas mais recentes, porquê os medicamentos GLP-1, tornam mais urgente o diagnóstico correto. Mais pesquisas são necessárias para ver se a prevalência da obesidade mudará se o quadro pré-clínico e galeno – que Eckel chamou de “completamente novo” – se solidificar.
Jay, da NYU, trouxe semelhanças com o Edmonton Obesity Staging System e sua classificação subclínica, mas Kushner, da percentagem, disse em resposta que, embora os sistemas de estadiamento identifiquem pessoas com obesidade em risco de outras doenças, eles não diagnosticam ou definem a obesidade por si só.
Alexandra Cremona, professora associada de nutrição humana e dietética na Universidade de Limerick, também disse que o trabalho da percentagem ecoou alguns dos estágios do sistema de Edmonton, até manifesto ponto.
“A Lancet dá maior ênfase ao reconhecimento da obesidade porquê uma entidade de doença independente, em vez de somente um factor de risco para comorbilidades”, disse ela num transmitido através do Science Media Centre. “Esta reformulação oferece potencial para influenciar as políticas de saúde pública e as abordagens clínicas, mudando o foco para o diagnóstico e gestão da obesidade em si, independentemente das condições associadas.”
Os medicamentos para obesidade agora dominam as conversas, nas salas de exames e nas pesquisas.
“O cenário mudou enquanto a percentagem trabalhava”, disse Rubino no briefing. “Apelamos a uma mudança, uma mudança radical, porque obviamente no contexto de 1 bilhão de pessoas sendo classificadas porquê tendo obesidade no mundo hoje e com um número que se prevê que aumente, ninguém, nenhum país, rico ou pobre, está rico o suficiente para poder arcar com a imprecisão no diagnóstico da obesidade.”
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