Cartum – O governo do Sudão manifestou nesta quinta-feira (16) sua condenação às sanções impostas pelo Departamento do Tesouro dos EUA contra o general Abdel Fattah al-Burhan, comandante das Forças Armadas sudanesas e presidente do Conselho de Soberania.
Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores do Sudão classificou a decisão como injusta e baseada em “justificativas infundadas”. A declaração afirmou que as sanções violam os “princípios mais básicos de justiça e objetividade” e representam um desrespeito ao povo sudanês, que, segundo o governo, apoia seu líder na luta contra as Forças de Apoio Rápido (RSF).
A nota ressaltou que o momento da decisão, dias após o governo dos EUA concluir que a RSF havia cometido genocídio no Sudão, levanta questionamentos sobre a imparcialidade americana. “Impor sanções ao comandante que protege o povo sudanês contra o genocídio é uma decisão confusa e injustificável”, acrescentou.
Apesar das críticas, o governo sudanês afirmou que a medida não enfraquecerá a determinação do povo em resistir às milícias e restaurar a estabilidade no país.
Acusações contra a RSF e novas sanções
No último dia 7 de janeiro, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, anunciou que Washington concluiu que a RSF e milícias aliadas são responsáveis por genocídio no Sudão. Ele destacou que esses grupos realizaram ataques sistemáticos contra civis, incluindo assassinatos, estupros e outras violações direcionadas a comunidades étnicas específicas.
Além de al-Burhan, o líder da RSF, Mohammed Hamdan Dagalo, também foi incluído na lista de sanções dos EUA devido ao seu papel nesses atos. Blinken reiterou a necessidade de responsabilizar os envolvidos pelas atrocidades.
O Sudão segue mergulhado em um conflito entre as Forças Armadas e a RSF, que já resultou em milhares de mortes e deslocamentos.