O Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa) lançou um apelo por US$ 7,2 milhões para apoiar a recuperação no norte de Moçambique, gravemente afetado pelo ciclone Chido há cerca de um mês. A tragédia deixou 120 mortos e impactou a vida de 450 mil pessoas, incluindo milhares de mulheres e meninas que necessitam de assistência urgente.
Na província de Cabo Delgado, mais de 40% das unidades de saúde foram danificadas, comprometendo o acesso aos cuidados médicos. O Unfpa estima que cerca de 12 mil mulheres grávidas ficaram sem assistência pré-natal. Além disso, a destruição generalizada deixou comunidades sem abrigo, alimentos e suporte psicossocial adequado.
Massiala Agostinho, de 26 anos, grávida de oito meses de seu quinto filho, perdeu sua casa na vila de Sambene, no distrito de Mecufi. Agora, ela vive com a família em um abrigo superlotado, enquanto aguarda atendimento em uma das poucas unidades de saúde ainda operacionais. Massiala também participa de um programa de capacitação para atuar como agente comunitária de saúde na região.
Dos 50 centros de saúde afetados pelo ciclone, apenas 40% das unidades de apoio do Unfpa estão em funcionamento. A agência tem se empenhado em ampliar o atendimento às vítimas de violência de gênero e a mulheres em situação de risco, além de promover serviços essenciais de saúde sexual e reprodutiva para atender mais de 60 mil pessoas.
A situação em Cabo Delgado é agravada pela presença de grupos armados, que dificultam o acesso das equipes humanitárias e da população aos serviços básicos.
Em parceria com o governo, o Unfpa tem investido na formação de profissionais de saúde, como enfermeiros e parteiras, e no envio de equipes para áreas remotas. A agência reafirma seu compromisso de ajudar as comunidades afetadas, buscando reconstruir a infraestrutura de saúde e garantir o acesso a serviços essenciais em meio aos desafios humanitários.
Leia na integra o Original