
Maputo, 29 de janeiro – Trinta e quatro deputados das bancadas da RENAMO e do MDM tomaram posse nesta quarta-feira, após boicotarem a cerimônia oficial realizada em 13 de janeiro. Dos 36 parlamentares eleitos por essas formações políticas, apenas dois estiveram ausentes: um deputado da RENAMO por razões não divulgadas e o padre Fernão Magalhães, do MDM, que faleceu dias após as eleições.
A cerimônia ocorreu em uma sala improvisada no Parlamento moçambicano, em Maputo. Os oito deputados do MDM foram os primeiros a ocupar seus lugares, seguidos pelos 27 representantes da RENAMO. Às 10h, com a presença da presidente da Assembleia da República, Margarida Talapa, os parlamentares prestaram juramento e assinaram os termos de posse.
Durante a posse, a presidente do Parlamento exortou os novos deputados a dedicarem seus esforços ao desenvolvimento dos círculos eleitorais que representam. Talapa destacou a importância da Assembleia como espaço de debate político e consensos, independentemente das diferenças partidárias.
“O povo espera desta casa novas formas de pensar e agir para alcançarmos resultados diferentes. A Assembleia da República deve representar todos os moçambicanos, sem distinção de cor, raça, sexo, origem, religião ou posição social”, afirmou Talapa.
Além disso, a líder do Parlamento ressaltou a responsabilidade dos parlamentares na pacificação do país e no fortalecimento da democracia. “Devemos exortar nossos compatriotas a exercerem seus direitos sem prejudicar os demais”, completou.
Os deputados da RENAMO e do MDM afirmaram que chegam ao Parlamento com propostas concretas, apesar da desvantagem numérica. Fernando Bismarque, do MDM, destacou a necessidade de debater temas como segurança pública, custo de vida, desemprego juvenil, habitação e desnutrição crônica.
Já José Manteigas, da RENAMO, garantiu que o partido vai defender os interesses do povo. “Hoje tomamos posse porque temos o dever de proteger os moçambicanos e lutar pelos superiores interesses da nação”, declarou.
A decisão tardia dos deputados de tomarem posse gerou críticas. Recordando que Ivandro Massingue, do PODEMOS, não poupou palavras ao comentar no dia de tomada de posse oficial:
“Em menos de 30 dias, tomarão posse pelas portas dos fundos. São ratos e covardes”, afirmou.
Com a posse concluída, os trabalhos parlamentares terão início na segunda semana de fevereiro, quando as sessões plenárias serão retomadas.