
Burkina Faso, Mali e Níger formalizaram nesta quarta-feira (30) sua saída da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), consolidando o afastamento do bloco regional. Os três países, governados por juntas militares, já haviam anunciado a decisão em janeiro de 2024 e, desde setembro de 2023, vinham fortalecendo sua própria aliança, a Aliança dos Estados do Sahel (AES).
CEDEAO mantém portas abertas
Em comunicado oficial, a CEDEAO confirmou a retirada dos três estados, reduzindo o número de membros do bloco para 12 países. Apesar da separação, a organização pediu que as nações remanescentes continuem garantindo privilégios de filiação a Burkina Faso, Mali e Níger, como a livre circulação de pessoas com passaporte da CEDEAO e benefícios comerciais. A entidade também reforçou seu compromisso com a solidariedade regional e o bem-estar das populações afetadas.
Reforço da Aliança dos Estados do Sahel
Com a saída oficial da CEDEAO, os três países aceleram a implementação de projetos conjuntos dentro da Aliança dos Estados do Sahel. Entre as iniciativas já anunciadas, destacam-se:
- Mobilização de uma força conjunta de 5.000 soldados para combater insurgências terroristas na região.
- Criação de um banco regional de investimentos, com o objetivo de fortalecer a economia dos três estados.
- Lançamento de um passaporte comum, promovendo maior integração entre as nações da AES.
- Desenvolvimento de uma plataforma de mídia conjunta, incluindo uma web televisão, para combater a chamada “desinformação” e reforçar a narrativa dos governos militares.
A saída da CEDEAO representa uma mudança geopolítica significativa para a África Ocidental, elevando as tensões entre a Aliança do Sahel e o bloco regional. Especialistas avaliam que a decisão pode gerar desafios econômicos e políticos, mas também fortalecer a cooperação militar e estratégica entre Burkina Faso, Mali e Níger.