A Estrada Nacional Número 4 (EN4), uma das principais vias de Moçambique, foi bloqueada nesta quarta-feira (30) por transportadores semi-colectivos de passageiros, em protesto contra descontos aplicados em seus cartões e-tag pelos dias em que não utilizaram a portagem. O bloqueio causou grandes transtornos, deixando muitos passageiros retidos por mais de oito horas e obrigando outros a percorrer longas distâncias a pé.
Cenário de caos e frustração
Desde as 7h da manhã, nenhum veículo conseguiu atravessar a via. Os manifestantes colocaram um camião-cisterna como barreira, chegando a furar seus pneus para impedir a remoção. O impacto do bloqueio foi visível em diferentes aspectos:
- Passageiros caminhando longas distâncias, alguns carregando crianças ou mercadorias.
- Veículos parados e motoristas dormindo à espera da liberação da estrada.
- Portagem vazia, onde antes se viam filas e buzinas, agora reinava o silêncio.
- Polícia presente, mas sem intervenção, enquanto o caos se instalava.
A situação gerou comparações com os tempos difíceis da guerra civil de 16 anos, dado o sofrimento enfrentado pela população.
Motivo do protesto
Os transportadores alegam que os descontos automáticos feitos em seus cartões e-tag são injustos, pois continuam sendo cobrados mesmo nos dias em que não utilizam a estrada. A EN4, que liga Moçambique à África do Sul, é vital para o transporte de passageiros e mercadorias, e o bloqueio trouxe graves prejuízos econômicos e sociais.
Até o momento, as autoridades ainda não deram uma resposta oficial às reivindicações dos manifestantes. O impasse levanta preocupações sobre a possibilidade de novos protestos e o impacto prolongado no transporte e na economia local.
