
Cimeira de Investimentos em Mineração na África do Sul discute futuro do setor e atrai líderes globais
A Cidade do Cabo, na África do Sul, sediou, a partir desta segunda-feira, a maior cúpula de investimentos em mineração do continente africano. O evento, que tem como tema “Preparando a mineração africana para o futuro, hoje!”, reúne ministros, especialistas em mineração, investidores e outros profissionais do setor para debater oportunidades de investimento e o desenvolvimento da indústria mineral na região.
Durante a abertura do evento, o Ministro dos Recursos Minerais e Petrolíferos da África do Sul, Gwede Mantashe, representando o Presidente Cyril Ramaphosa, destacou a necessidade de os países africanos aproveitarem suas vastas reservas minerais para impulsionar o desenvolvimento econômico. Ele ressaltou que, apesar de o continente abrigar as maiores reservas de minerais do mundo, como 90% do cromo e da platina globais, 40% do ouro e as maiores reservas de cobalto, vanádio, manganês e urânio, a África ainda enfrenta desafios significativos de pobreza.
Mantashe enfatizou a importância de garantir que os cidadãos africanos se beneficiem diretamente dos recursos minerais de seus países.
“Não podemos ter nações ricas em minerais com cidadãos pobres”, afirmou.
Ele também convidou investidores internacionais a explorar oportunidades na África do Sul, destacando que o crescimento do setor pode gerar empregos e cumprir obrigações sociais e econômicas.
O ministro ainda reagiu às recentes declarações do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ameaçou cortar financiamento para a África do Sul após a aprovação do Projeto de Lei de Expropriação, que permite a expropriação de terras para fins públicos. Mantashe respondeu com firmeza: “Vamos mobilizar a África e reter minerais para os EUA. Se eles não nos derem dinheiro, não vamos fornecer minerais a eles”. Ele acrescentou que o continente possui recursos valiosos e não deve ser visto como dependente de ajuda externa. “Não somos apenas mendigos”, declarou.
No domingo, Trump havia criticado a política de terras da África do Sul em sua plataforma Truth Social, alegando que o país estava confiscando propriedades e maltratando “certas classes de pessoas”. Ele classificou a situação como uma “violação massiva dos direitos humanos” e acusou a mídia de ignorar o assunto.
Em resposta, o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, negou as acusações de Trump, afirmando que a Lei de Expropriação não se trata de confisco, mas de um processo legal e constitucional que visa garantir o acesso equitativo à terra. “O governo sul-africano não confiscou nenhuma terra”, declarou Ramaphosa, reforçando que a legislação busca promover justiça social e desenvolvimento.
A cúpula, que segue até quinta-feira, promete continuar a debater estratégias para fortalecer a indústria mineral africana, atrair investimentos e garantir que os recursos naturais do continente sejam utilizados de forma a beneficiar suas populações.