
Na manhã desta quinta-feira, moradores do povoado de Bungane, em Chongoene, província de Gaza, bloquearam a Estrada Nacional Número 221, que dá acesso aos distritos de Manjacaze, Chibuto e Guijá. O protesto tem como principal demanda a eletrificação da zona, além do fornecimento de água, promessas feitas pelo governo desde 2014 que ainda não foram cumpridas.
Os manifestantes afirmam que só liberarão a via quando houver uma solução concreta para os problemas de infraestrutura. “Estamos em greve por causa da falta de água e energia. A promessa de eletrificação é antiga, mas nunca foi cumprida”, declarou um residente da comunidade.
O bloqueio, iniciado por volta das 5 horas, causou transtornos significativos aos motoristas e passageiros que utilizam a rota. Muitos veículos foram obrigados a recuar, atrasando agendas e compromissos. “Faço a rota Mandlakazi-Xai-Xai, mas desde as 6 horas estou parado aqui com os passageiros. Tentamos negociar com o grupo, mas eles se recusam a liberar a passagem. É uma situação muito frustrante”, lamentou António Samuel, um motorista de transporte público.
Tentativas de Negociação sem Sucesso
O governo distrital, representado pelo diretor dos Serviços Distritais de Infraestruturas, José Macaringue, tentou negociar com os manifestantes, mas não obteve sucesso. Macaringue explicou que, embora o distrito não tenha recursos imediatos para resolver as demandas, há um projeto em andamento para a eletrificação faseada da região.
“Pedimos confiança à população, pois o processo de eletrificação será feito de forma faseada. Na primeira fase, várias comunidades foram atendidas, e agora é a vez de Bungane e outras. Quanto à água, uma equipe de empreiteiros fará uma visita ao sistema de abastecimento, mas tudo depende de ações a nível central”, afirmou.
Demandas Amplas e Contexto Nacional
Além da eletrificação e do fornecimento de água, os moradores de Bungane também exigem a construção de uma escola secundária na comunidade. O protesto reflete um cenário mais amplo de insatisfação popular que se espalha pelo país, onde comunidades reivindicam melhorias no custo de vida, redução nos preços de produtos alimentares e do saco de cimento, além de investimentos em infraestrutura básica.
A população de Bungane alerta que a estrada só será liberada quando houver avanços concretos em suas demandas, mantendo a pressão sobre as autoridades para que cumpram as promessas feitas há quase uma década. Enquanto isso, a transitabilidade na região continua comprometida, afetando não apenas os moradores locais, mas também os distritos vizinhos e o extremo norte da província de Gaza.