
Três trabalhadores humanitários associados à organização internacional de caridade Swiss Church Aid foram mortos na província de Kivu do Norte, na República Democrática do Congo (RDC), em meio à escalada de violência na região. O ataque ocorre enquanto líderes africanos se preparam para discutir a deterioração da situação no leste do Congo, que faz fronteira com Ruanda, durante uma cúpula conjunta da Comunidade da África Oriental (EAC) e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) em Dar es Salaam, Tanzânia.
A Swiss Church Aid condenou o ataque e anunciou a suspensão de todas as suas atividades em Kivu do Norte. Dieter Wuthrich, porta-voz da organização, confirmou à agência Anadolu que os três funcionários locais foram mortos na quarta-feira durante uma missão humanitária no Território de Rutshuru. A organização não conseguiu identificar os responsáveis pelo ataque, já que os combates entre os rebeldes do M23 e as forças governamentais congolesas continuam intermitentes.
Crise humanitária e violência em ascensão
Desde que os rebeldes do M23 lançaram ataques em Goma, capital de Kivu do Norte, mais de 3.000 pessoas foram mortas e milhares ficaram feridas. A situação na cidade foi descrita como “catastrófica” pelas autoridades congolesas. Além disso, cerca de 20 soldados da paz, incluindo 14 sul-africanos, perderam a vida durante os confrontos.
Este não é o primeiro ataque contra trabalhadores humanitários na região. No mês passado, um funcionário dos Médicos Sem Fronteiras (MSF) também foi morto em Goma, destacando os riscos enfrentados por aqueles que tentam prestar assistência em meio ao conflito.
Cúpula regional busca soluções para a crise
Enquanto isso, líderes da EAC e da SADC se preparam para discutir a escalada da violência no leste do Congo durante uma reunião em Dar es Salaam. Os principais diplomatas dos dois blocos regionais se reunirão na sexta-feira, seguidos por uma possível discussão sobre um cessar-fogo no sábado. A cúpula ocorre em um momento crítico, com a região enfrentando uma das piores crises humanitárias dos últimos anos.
Impacto humanitário devastador
A violência no leste do Congo já deslocou milhares de pessoas, muitas das quais fugiram para países vizinhos, como Ruanda. Funcionários da ONU e do Banco Mundial estão entre os deslocados, evidenciando a gravidade da crise. A Organização Mundial da Saúde (OMS) relatou que mais de 900 pessoas morreram em Goma nas últimas duas semanas devido aos combates.
A comunidade internacional tem pressionado por uma solução pacífica para o conflito, mas a persistência da violência e os ataques contra trabalhadores humanitários destacam os desafios enfrentados na região. A cúpula em Dar es Salaam representa uma oportunidade crucial para os líderes africanos encontrarem uma resposta coordenada e eficaz para a crise.