
Desde 2018, mais de 10 agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) têm trabalhado em condições precárias, sob um cajueiro, em uma residência nos arredores de Xai-Xai, na província de Gaza. A situação, que ocorre contra a vontade do proprietário do espaço, tem gerado desconforto e indignação. Além de ocuparem o local sem autorização, os policiais têm se alimentado das refeições do dono da casa, um cidadão gazense que trabalha na África do Sul. (TV Sucesso)
Incomodado com a situação, o proprietário, conhecido por sua generosidade, decidiu tomar uma iniciativa para resolver o problema. Ele adquiriu um terreno e construiu, do zero, uma infraestrutura do tipo 4 para servir como esquadra da PRM. A obra, concluída recentemente, representava uma solução digna para os agentes que há anos trabalhavam em condições deploráveis.
No entanto, na noite de sexta-feira, dia 7 de fevereiro de 2025, a estrutura foi incendiada por indivíduos não identificados. Testemunhas relatam que um homem estranho foi visto no local entre a tarde de sexta-feira e a madrugada de sábado, tirando fotografias e fazendo perguntas suspeitas às pessoas que limpavam o espaço. Horas depois, pneus e gasolina foram usados para destruir a esquadra, que seria oficialmente entregue no sábado, dia 8 de fevereiro.
Venâncio Mondlane (VM7), convidado para apadrinhar a cerimônia de entrega da esquadra, classificou o ato como um exemplo de intolerância política. Ele destacou que a destruição da infraestrutura não só prejudica os agentes da PRM, mas também a população local, que esperava melhorias nas condições de segurança.
O incidente tem gerado uma crise de nervos na comunidade, que exige a responsabilização dos autores do crime. Muitos veem o ato como uma tentativa de sabotagem política, especialmente em um contexto onde Gaza é considerada um bastião da FRELIMO, partido no poder. A população local tem manifestado indignação, pedindo justiça e o fim de ações que prejudicam o desenvolvimento e a dignidade da região.
VM7 reiterou seu compromisso com a investigação do caso e prometeu apoiar a reconstrução da esquadra, enfatizando a importância de iniciativas que promovam o bem-estar coletivo e o fortalecimento das instituições públicas. Enquanto isso, a população aguarda respostas concretas das autoridades para que os responsáveis pelo vandalismo sejam levados à justiça.