O Presidente da República reuniu-se esta segunda-feira com representantes do sector privado nacional e investidores da indústria de petróleo, gás e mineração para debater os desafios e oportunidades para o crescimento económico da província de Cabo Delgado. O encontro contou com a participação de empresas nacionais e multinacionais, como a Total, Eni e ExxonMobil, que reiteraram o seu compromisso de continuar a investir na região.
Durante a reunião, o Chefe de Estado abordou a situação das manifestações violentas que têm ocorrido em várias partes do país, com maior incidência em Maputo, Gaza e Inhambane. “Desde as eleições, temos registado protestos violentos, mas agora com uma tendência decrescente. Estamos a monitorar a situação e a trabalhar para resolvê-la o mais rapidamente possível”, afirmou o Presidente.
Os empresários presentes levantaram preocupações sobre questões como a segurança, infraestruturas deficientes, vias de acesso precárias e a cobrança de impostos ilegais. Apesar dos desafios, os investidores mostraram-se optimistas e dispostos a colaborar com as reformas em curso no país. Entre as solicitações apresentadas, destacou-se a necessidade de maior flexibilidade na gestão financeira e a desburocratização dos processos estatais.
Outro ponto de destaque foi a importância de fortalecer o conteúdo local, garantindo que as empresas moçambicanas tenham prioridade na prestação de serviços e no fornecimento de bens para os grandes projectos em Cabo Delgado. Além disso, empresários do sector de areeiros pediram uma fiscalização mais rigorosa para combater a exploração descontrolada de recursos minerais por empresas estrangeiras. Sugeriram ainda a implementação de um plano de industrialização sustentável, com o processamento local de, pelo menos, 10% dos recursos extraídos, de forma a agregar maior valor à economia nacional.
O encontro terminou com o compromisso de continuar o diálogo entre o governo e o sector privado para impulsionar a economia moçambicana. O Presidente garantiu que todas as questões levantadas serão analisadas e que será criada uma matriz de acompanhamento para assegurar que as preocupações dos empresários sejam devidamente endereçadas.
“Estamos a liderar um diálogo que nos permitirá ultrapassar estas questões de manifestações e criar um ambiente de negócios favorável para o desenvolvimento do nosso país”, concluiu o Chefe de Estado.