
Pelo menos 13 crianças morreram em 2024 na província de Tete, vítimas de desnutrição aguda, uma redução face ao cenário de 2023, anunciaram hoje as autoridades da saúde.
“Registamos 13 óbitos [em 2024] no internamento contra 16 em igual período de 2023, o que representa uma redução em 37,9%”, disse o director provincial da saúde em Tete, Alex Bertil, durante a abertura da reunião provincial anual do programa de nutrição.
https://c20877ed12808b0bbe9d0020bcd3e4c0.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-41/html/container.html Segundo o responsável, cerca de 10.400 crianças com desnutrição foram diagnosticadas e tratadas nas unidades sanitárias daquela província, contra cerca de 7.800, igualmente atendidos em 2023.
O director provincial da saúde em Tete disse ainda que os casos têm maior incidência nos distritos de Mutarara, Doa Chiúta, Moatize e Zumbo apontando acções para travar o aumento de casos.
“Continuamos a promover a educação nutricional e sessões de demonstração culinária realizadas ao nível das comunidades e nas unidades sanitárias. Continuamos a promover rastreio de detecção precoce dos casos de desnutrição e fazer suplementação com vitamina A a crianças dos 6 a 59 meses”, acrescentou Alex Bertil.
Em Setembro de 2024, a Organização das Nações Unidas (ONU) avançou que perto de dois milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
“Neste ano, Moçambique foi afectado pela seca induzida pelo fenómeno El Niño durante a época 2023-2024. Estima-se que cerca de 1,8 milhões de pessoas possam enfrentar insegurança alimentar entre Outubro próximo e Março de 2025. Face a esta situação, a necessidade de assistência humanitária para as comunidades afectadas tem estado a aumentar, sobretudo nas regiões centro e sul de Moçambique”, explicava na altura a organização.
O então Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, disse em 08 de Novembro de 2024 que cerca de cinco milhões de moçambicanos saíram da situação de insegurança alimentar entre 2019 e 2024 em resultado da implementação do programa agrário Sustenta.
“Não estamos a dizer que acabou [a insegurança alimentar], (…) mas estamos a trabalhar para esse sentido”, disse Nyusi.
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afectados pelas alterações climáticas globais, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre Outubro e Abril. (RM)