
Relatos de um novo plano federal para investigar uma possível ligação entre vacinas e autismo estão gerando controvérsia e podem testar os compromissos assumidos pelo senador **Bill Cassidy (R-La.)** durante o processo de confirmação de **Robert F. Kennedy Jr.** como secretário de Saúde e Serviços Humanos. Cassidy, que apoiou a nomeação de Kennedy, disse ter recebido garantias de que seria consultado sobre políticas de vacinas, mas agora expressa ceticismo em relação ao suposto estudo.
Na sexta-feira, vários meios de comunicação noticiaram que os **Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC)** estariam planejando um estudo para reavaliar a possível conexão entre vacinas e autismo. Cassidy, no entanto, criticou a iniciativa, classificando-a como uma “perda de tempo e dinheiro”, já que pesquisas anteriores já demonstraram de forma conclusiva que não há tal vínculo.
“Já temos evidências científicas robustas que descartam qualquer ligação entre vacinas e autismo. Gastar recursos públicos para revisitar essa questão é desnecessário e contraproducente”, afirmou Cassidy na semana passada.
O senador revelou que, ao apoiar a confirmação de Kennedy, recebeu a promessa de que seria consultado sobre políticas relacionadas a vacinas e que as linhas de comunicação permaneceriam abertas. No entanto, quando questionado na terça-feira sobre os relatos do novo estudo, Cassidy admitiu que não tem certeza se o CDC realmente pretende levar adiante a investigação. “Não está claro se esse estudo vai mesmo acontecer. Se for verdade, espero ser consultado, como foi prometido”, disse.
A nomeação de Robert F. Kennedy Jr., conhecido por suas posições céticas em relação às vacinas, já era polêmica desde o início. Agora, a possibilidade de um estudo federal revisitar uma questão amplamente desacreditada pela comunidade científica coloca em xeque os compromissos assumidos durante o processo de confirmação e levanta dúvidas sobre a direção das políticas de saúde pública sob sua liderança.
Enquanto isso, especialistas em saúde pública alertam que a mera discussão de um novo estudo sobre vacinas e autismo pode alimentar desinformação e minar a confiança do público em programas de imunização, que são vitais para prevenir doenças infecciosas. “Reabrir essa discussão sem base científica sólida é perigoso e pode ter consequências graves para a saúde pública”, afirmou um representante de uma organização médica.
O caso serve como um teste precoce para a relação entre Cassidy e Kennedy, bem como para a capacidade do governo de equilibrar políticas baseadas em evidências com as demandas de figuras controversas. Enquanto o debate continua, a atenção agora se volta para o CDC e para a Casa Branca, que terão de decidir se prosseguem com o estudo ou se mantêm o foco em políticas de saúde pública já consolidadas pela ciência.