
Enquanto o prazo para evitar um desligamento do governo se aproxima, os democratas do Senado se veem diante de uma escolha difícil: ceder ao projecto de gastos dos republicanos ou aventurar um desligamento que pode ter consequências políticas significativas. A situação expõe as divisões internas do partido e a falta de uma estratégia unificada para enfrentar a maioria republicana unida.
Nos últimos dias, os democratas têm tentado lastrar sua oposição aos cortes propostos pelos republicanos com a premência de manter o governo funcionando. O projecto republicano, que inclui cortes de aproximadamente US$ 13 bilhões em programas não relacionados à resguardo e um aumento de US$ 6 bilhões para gastos militares, tem sido criticado por progressistas, que veem a proposta uma vez que prejudicial aos serviços públicos essenciais. No entanto, alguns democratas moderados argumentam que a resistência pode provocar mais danos do que benefícios, principalmente diante de uma maioria republicana coesa.
O líder da minoria no Senado, Chuck Schumer, propôs uma opção: uma solução contínua (CR) que manteria o governo sincero até 11 de abril, dando ao Congresso mais tempo para negociar um combinação bipartidário. “Os republicanos não têm votos suficientes no Senado para validar seu projecto. Nosso caucus está uno em torno de uma CR limpa que manterá o governo sincero”, afirmou Schumer. No entanto, a proposta foi rejeitada pelos republicanos, que insistem em seu projecto original.
A falta de unidade entre os democratas tem sido evidente. Enquanto alguns defendem uma oposição firme ao projecto republicano, outros temem as consequências políticas de um desligamento, principalmente em um momento em que o partido ainda se recupera da guião nas eleições de 2024. A privação de uma mensagem clara e unificada tem deixado os democratas em uma posição frágil, incapazes de capitalizar a insatisfação pública com a gestão Trump.
Enquanto isso, os republicanos têm mantido uma postura firme. O presidente **Donald Trump** e líderes do Partido Republicano no Congresso têm pressionado por uma rápida aprovação do projecto de gastos, confiantes de que a maioria de seus membros apoiará a proposta. A estratégia de “tudo ou zero” tem funcionado até agora, com exclusivamente uma deserção registrada na votação da Câmara na terça-feira.
No Senado, os republicanos precisam de pelo menos oito votos democratas para atingir o limite de 60 votos necessários para validar o projecto. Embora alguns democratas moderados possam estar dispostos a concordar a proposta para evitar um desligamento, muitos ainda relutam em endossar cortes que consideram prejudiciais. A situação é ainda mais complicada pela decisão dos republicanos de mudar as regras do Congresso para evitar votos difíceis, estendendo artificialmente o prazo para decisões sobre a emergência declarada por Trump em sua guerra mercantil.
Com o prazo se aproximando rapidamente, os democratas do Senado enfrentam uma escolha difícil: ceder ao projecto republicano e arcar com as críticas de sua base progressista ou aventurar um desligamento do governo que pode ser politicamente custoso. Enquanto alguns argumentam que os republicanos seriam os verdadeiros culpados por um desligamento, outros temem que a opinião pública possa responsabilizar os democratas por não agirem para evitar a crise.
No final, a situação reflete a insuficiência dos democratas em um Congresso controlado pelos republicanos e a falta de uma estratégia clara para enfrentar a gestão Trump. Com o relógio correndo, o partido precisa resolver rapidamente se está disposto a fazer concessões ou se está pronto para arcar com as consequências de um desligamento do governo.