
Pelo menos 34 centros de acomodação para as vítimas do ciclone tropical Jude já foram desactivados no país, mas os afectados continuam a receber assistência, anunciou esta terça-feira o Governo.
“Nos primeiros dias foram criadas centros de acomodação transitórios. Foram criados na altura 71 e agora só estão 37, significa que 34 já foram desactivados porque as populações foram devidamente assistidas”, disse o porta-voz do Conselho de Ministros, Inocêncio Impissa, após uma sessão do órgão, em Lichinga, provincia do Niassa.
O governante assegurou que continua a assistência às famílias após se restabelecerem nas suas zonas de origem, apontando como prioridade o fornecimento de bens de primeira necessidade e condições para a acomodação.
O ciclone Jude, o mais recente a afectar o país, entrou em Moçambique a 10 de Março, através do distrito de Mossuril, província de Nampula, tendo feito pelo menos 16 mortos, afectando ainda, Tete, Manica, Zambézia, Niassa e Cabo Delgado.
A última actualização do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) apontava para pelo menos 384.877 afectados, com 82.780 famílias igualmente afectadas.
O INGD apontou ainda, em dados até segunda-feira, para 88.005 casas total e parcialmente destruídas, outras 1.854 inundadas e 144 edifícios de culto afectados.
Pelo menos 263 escolas, 711 salas, 94.476 alunos e 1.222 professores ficaram igualmente afectados, havendo ainda 20 pontes, 43 aquedutos e 101.239 áreas agrícolas fustigadas pelo ciclone Jude, de um total de 4.146 agricultores.
Os dados do INGD apontam também para 81 unidades sanitárias destruídas e outros 15 edifícios públicos, 68 embarcações danificadas, oito sistemas de abastecimento afectados e 1.318 o número de postes eléctricos tombados, em consequência da passagem do ciclone.
Moçambique está em plena época chuvosa, que decorre entre Outubro e Abril, período em que foram já registados os ciclones Chido e Dikeledi, que afectaram igualmente o norte do país.
Os ciclones atingiram o país entre Dezembro e Janeiro, com maior impacto nas províncias de Cabo Delgado e Nampula, tendo afectado cerca de 736 mil pessoas e causado a destruição de infra-estruturas públicas e privadas.
Moçambique é considerado um dos mais severamente afectados pelas alterações climáticas globais, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, mas também períodos prolongados de seca severa. (RM)