Três mil quinhentas e trinta e cinco pessoas foram assassinadas nos últimos 4 anos no Malawi.
Este número, representa uma média de 67 pessoas assassinadas por mês, segundo dados publicados pelo serviço da polícia da República do Malawi.
Os assassinatos estão associados à justiça popular, assaltos a motociclistas, disputas de terras, entre outras causas.
Dados da polícia nacional, indicam que do número em alusão, 851 pessoas foram assassinadas em 2024 e 914 mortas em 2023.
No ano 2022 foram mortas 794 pessoas e em 2021, o Malawi registou 758 casos de homicídio.
De Janeiro a Abril deste ano, o país já registou 218 homicídios, número considerado assustador pelos activistas de direitos humanos e analistas de segurança no país.
A onda de assassinatos é tal que, até o Serviço Penitenciário do Malawi confirma que 6,2 por cento da população carcerária, o correspondente a 1.060 reclusos, em prisão preventiva, é suspeita de prática de homicídio.
O porta-voz da polícia nacional, Peter Kalaya, lamenta o recrudescimento da violência motivada em muitos casos pela fúria popular e por indivíduos de má-fé, afirmando que a corporação está a intensificar a vigilância pública para travar crimes hediondos.
O director executivo do Centro de Direitos Humanos e Reabilitação, Michael Kaiyatsa, descreveu a situação de preocupante, pois a tendência dá a impressão de que a violência está normalizada no país.
Para Kaiyatsa, precisa-se uma mudança radical urgente, tanto na mentalidade quanto na acção.
Acrescentou que a polícia precisa ser reformada e dotada de recursos adequados, afectando mais efectivo nas comunidades, melhorando o treinamento e combatendo seriamente a corrupção no sistema.
Chiwoza Bandawe, professor de psicologia clínica da Universidade de Ciências da Saúde, Kamuzu Banda, declarou que a justiça popular, uma das principais causas de assassinatos, tem a ver com frustração e falta de confiança no sistema legal.
Contrariamente aos números assustadores de homicídios, Malawi é considerado um dos países mais pacíficos de África. (RM Blantyre)