Governo da Tanzânia poderá proibir que Malawi use o Porto de Dar-Es-Salaam ou cruze as suas fronteiras na importação ou exportação de produtos agrícolas.
Igualmente, o governo de Dodoma ameaça suspender as importações de fertilizantes para o Malawi, bem como a proibição total da importação de todos os produtos agrícolas do Malawi para a Tanzânia.
Trata-se de uma retaliação do governo da Tanzânia, à decisão do governo do Malawi, que determinou proibição de importação de produtos agrícolas daquele país.
A Tanzânia descreve estas restrições comerciais de injustas, após o Malawi ter bloqueado a entrada de vários produtos agrícolas da Tanzânia e de outros países, que inclui farinha, arroz, gengibre, bananas, milho entre outros.
Em declaração oficial emitida pelo ministro da agricultura da Tanzânia, Hussein Bashe, à decisão tomada pelo Malawi, está afectar negativamente os comerciantes tanzanianos, contrariando o espírito de cooperação económica regional assumido pela SADC.
“Recebemos informações de que o Governo do Malawi bloqueou a entrada de produtos agrícolas de vários países incluindo a Tanzânia, uma decisão interrompeu directamente as operações dos nossos comerciantes, que tem o Malawi como um importante mercado de exportação” – diz o comunicado.
Bashe explicou que tais sanções, a Tanzânia já havia enfrentado quando a África do Sul bloqueou por anos, a entrada naquele país de bananas e abacates produzidos pela Tanzânia.
O ministro da agricultura da Tanzânia, afirmou que não se pode permitir que agricultores e comerciantes daquele país, continuem sofrendo devido a injustiças comerciais.
o governo de Dodoma diz que caso Malawi e África do Sul não suspenderem os seus bloqueios até quarta-feira próxima, accionará imediatamente as medidas retaliatórias.
Enquanto se aguarda pelo levantamento desta restrição, Tanzânia decretou que todos os comerciantes com mercadorias destinadas ao Malawi devem parar imediatamente de carregar seus produtos até novo aviso.
O ministro da agricultura da Tanzânia, Hussein Bashe explicou que seu gabinete fez diversas tentativas de contacto com o ministro da agricultura do Malawi, Sam Kawale para resolver a questão diplomaticamente, mas redundou no fracasso.
A implementação destas medidas ainda segundo o ministro tanzaniano Bashe, não foi de ânimo leve pois as mesmas visam proteger a dignidade daquela nação, a economia dos seus agricultores e garantir a justiça no comércio regional.
O ministro da indústria e comércio do Malawi, Vitumbuko Mumba, disse estar a trabalhar para o esclarecimento do assunto.
A situação marca uma escalada significativa nas tensões comerciais entre o Malawi e a Tanzânia, depois do conflito de fronteira no Lago Niassa, que ainda prevalece entre estes dois países vizinhos. (RM Blantyre)
