
Na última segunda-feira, intensos combates na República Democrática do Congo culminaram com a tomada da cidade de Goma, capital da província de Kivu do Norte, pelos rebeldes do M23. O conflito, que já deslocou milhares de civis, resultou em múltiplas mortes, embora os números exatos ainda não tenham sido confirmados oficialmente. Relatos indicam que alguns moradores foram atingidos por balas perdidas enquanto se encontravam em suas casas.
Fontes locais, como o portal Media Congo, informaram que vários bairros e campos de deslocados internos em Goma foram atingidos por bombardeios, causando um número indeterminado de vítimas. Fepaco Nzambe Malamu, um clérigo da cidade, confirmou a presença de disparos indiscriminados e a destruição de diversas áreas residenciais.
Enquanto isso, autoridades de Ruanda informaram a morte de cinco de seus cidadãos na região fronteiriça, após incêndios provocados por confrontos. Em resposta, o governo congolês acusou Ruanda de apoiar o M23, enquanto os rebeldes, que alegam defender a minoria tutsi congolesa, destacaram a presença de forças ruandesas em Goma.
O legislador Muhindo Nzangi, eleito pela cidade, declarou à Top Congo Radio que a cidade de Goma estava em meio a um “verdadeiro conflito de guerra”, com ataques vindo da fronteira com Ruanda. Ele relatou que as bombas disparadas estão atingindo até mesmo civis, incluindo crianças.
A tensão na região se intensificou após a nova ofensiva dos rebeldes do M23, que também tomaram o controle da RTNC, a emissora estatal de Goma. A comunidade internacional tem demonstrado preocupação com a situação, especialmente após a morte de pelo menos 13 soldados da paz, tanto da missão da ONU (MONUSCO) quanto da força regional da SADC, desde o início da ofensiva.
Apesar das acusações contra Ruanda, o país nega qualquer envolvimento direto no apoio ao M23. O grupo rebelde, por sua vez, afirma estar lutando em defesa dos direitos da comunidade tutsi na região.