
Um grupo de aproximadamente cem trabalhadores de diversos setores de uma empresa subcontratada pela Vulcan Moçambique, maior mineradora de carvão do país, iniciou uma paralisação das atividades nesta sexta-feira, 7 de fevereiro, em protesto contra demissões sem aviso prévio, cortes salariais e suposta discriminação no pagamento do décimo terceiro salário. A greve, que ocorre no distrito de Moatize, em Tete, tem duração indeterminada e visa pressionar a administração da empresa a atender às reivindicações dos funcionários.
Os manifestantes bloquearam a entrada principal da Vulcan, impedindo o acesso de colegas de trabalho e convocando aqueles que já haviam deixado o local a se juntarem ao protesto. De acordo com relatos, os grevistas alegam que mais de 50 colegas foram demitidos sem justificativa formal, apenas por meio de uma mensagem em um grupo de WhatsApp da empresa.
Além disso, os trabalhadores moçambicanos afirmam que receberam apenas dois dias de pagamento, em vez das 48 horas semanais trabalhadas, e denunciam práticas de xenofobia no pagamento do décimo terceiro salário, beneficiando estrangeiros em detrimento de nacionais. Em contato com o advogado da empresa, este esclareceu que o décimo terceiro salário não é obrigatório por lei, sendo facultativo. Ele negou a existência de favorecimento a estrangeiros, explicando que os bônus pagos a alguns funcionários são decorrentes de desempenho destacado no ano anterior.
Sobre as demissões, o advogado afirmou que os contratos dos trabalhadores dispensados não ultrapassavam seis meses de vigência, o que, segundo ele, justificaria a ausência de aviso prévio. A empresa também acusou alguns grevistas de agressão psicológica contra duas colegas durante uma visita aos escritórios da Vulcan. Enquanto isso, os trabalhadores continuam mobilizados, exigindo soluções para suas demandas e maior transparência nas práticas da empresa.
Cortesia: Fungai Caetano