
O Presidente da República, Daniel Chapo, desmentiu, nesta terça-feira (25 de fevereiro de 2025), em Pemba, Cabo Delgado, alegações de que teria incitado violência durante um comício popular realizado na segunda-feira. Chapo afirmou que partes de seu discurso foram retiradas de contexto, com o objetivo de distorcer sua mensagem e influenciar negativamente a opinião pública.
Em declarações feitas durante a Sessão Ordinária do Conselho de Ministros, o Chefe de Estado elogiou o trabalho dos profissionais da comunicação social, mas alertou para a manipulação de suas palavras. “Há situações em que pessoas retiram frases do contexto original para manipular a opinião pública”, afirmou.
Chapo esclareceu que suas declarações referiam-se especificamente a manifestações violentas, ilegais e criminosas, que incluem saques, vandalismo e destruição de propriedades públicas e privadas. “Nós nos referimos a manifestações violentas, ilegais e criminosas, que não têm qualquer relação com protestos pacíficos, garantidos pela Constituição”, explicou.
O Presidente diferenciou entre manifestações pacíficas, que são protegidas por lei, e atos de violência que prejudicam a sociedade. “Manifestações pacíficas estão previstas na Constituição e na Lei, com mecanismos para serem realizadas de forma ordenada”, destacou.
Chapo também enfatizou o impacto negativo das ações criminosas, citando perdas econômicas e sociais para as famílias moçambicanas. “Muitas pessoas estão perdendo empregos, ficando sem salários, e suas famílias estão sofrendo”, alertou.
O Chefe de Estado condenou ainda ataques a instalações públicas, como o saque de armazéns de medicamentos e o assalto a esquadras policiais para roubo de armas. “Esses atos não são manifestações legítimas, mas crimes que devem ser combatidos”, afirmou.
Chapo reiterou o compromisso do governo em manter a ordem e a segurança pública, pedindo à população que rejeite a violência e opte pelo diálogo. “Apelamos para que as pessoas parem com manifestações violentas e ilegais, e contribuam para o desenvolvimento do país”, disse.
O Presidente também reconheceu o papel fundamental da imprensa e incentivou os jornalistas a continuarem seu trabalho com isenção e responsabilidade. “Aos nossos amigos da comunicação social, continuem a fazer um trabalho excelente”, afirmou.
A escolha de Cabo Delgado para a realização da sessão ministerial foi explicada por Chapo como parte de um compromisso de governação próxima da população. “Decidimos começar por Cabo Delgado devido aos desafios enfrentados pela província, incluindo o terrorismo e os impactos do ciclone Chido”, explicou.
O governante destacou a necessidade de acompanhar de perto as adversidades na região, que há quase oito anos enfrenta conflitos armados e desastres naturais. “Estamos aqui para ouvir e agir em prol do desenvolvimento desta província”, concluiu.