
A França reiterou hoje que se opõe a qualquer forma de anexação da Cisjordânia ou da Faixa de Gaza depois de Israel ter ordenado a conquista de território palestiniano que possa ser anexado.
“A França opõe-se a qualquer forma de anexação, quer se trate da Cisjordânia ou de Gaza”, declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Jean-Noël Barrot, numa conferência de imprensa na cidade francesa de Dijon (centro-leste).
O chefe da diplomacia francesa reagia ao anúncio do ministro da Defesa israelita, Israel Katz, de que deu ordens ao exército para “tomar mais território em Gaza” que possa ser anexado a Israel se o Hamas não libertar os reféns.
“Quanto mais o Hamas mantiver a sua recusa, mais território perderá, que será anexado a Israel”, afirmou Katz num comunicado citado pela agência espanhola EFE.
Barrot disse que Paris tem “uma visão muito clara” sobre o futuro da região, que passa pela solução de dois Estados, Palestina e Israel, que vivam “pacificamente lado a lado, com reconhecimento mútuo e garantias de segurança”.
“Esta é a única forma de alcançar uma paz e uma estabilidade duradouras na região”, acrescentou, segundo a agência francesa AFP.
Israel e o grupo palestiniano radical Hamas concordaram numa trégua que entrou em vigor em 19 de Janeiro e durante a qual trocaram reféns israelitas por prisioneiros palestinianos.
A primeira fase do cessar-fogo terminou em 02 de Março, dia em que deveria ter começado a segunda fase, que previa o fim duradouro das hostilidades em Gaza e a libertação dos reféns no território palestiniano.
As negociações para a segunda fase não se realizaram e a situação ficou num impasse até segunda-feira à noite, quando Israel quebrou definitivamente o cessar-fogo com uma vaga de bombardeamentos que matou centenas de palestinianos.
A população de Gaza está sujeita, há quase um ano e meio, a uma guerra que provocou cerca de 50.000 mortos e uma crise humanitária sem precedentes.
A ofensiva israelita na Faixa de Gaza foi desencadeada pelos ataques do Hamas no sul de Israel em 07 de Outubro de 2023, que causaram cerca de 1.200 mortos e de 250 reféns. (RM-NM)