Maputo, 15 de janeiro de 2025 – O dia que deveria ser marcado pela celebração da democracia com a posse do novo Presidente, Daniel Chapo, na Praça da Independência, tornou-se palco de luto e indignação. Enquanto a cerimônia acontecia na Cidade de Maputo, bairros da capital e outras regiões do país registravam episódios de violência que resultaram em múltiplas mortes.
De acordo com informações, agentes da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) intervieram de forma letal em diferentes pontos do país. No bairro Nariri, em Nicoadala, duas mulheres que retornavam da machamba foram baleadas mortalmente. Em retaliação, um grupo não identificado decapitou um filho de secretário local e dois policiais, ampliando o clima de tensão.
Já na Cidade de Maputo e na Matola, a ONG Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD) relatou que seis pessoas foram mortas por tiros disparados pela polícia. No bairro Machava Socimol, três jovens foram alvejados e perderam a vida durante a madrugada, em um episódio que gerou ampla revolta nas comunidades.
As manifestações, que começaram há semanas, já acumulam um saldo trágico de 307 mortos, sendo sete apenas no dia de hoje. O clima de indignação se intensifica frente ao silêncio e à aparente indiferença das autoridades, que prosseguem com suas agendas sem respostas concretas às demandas populares.
O cenário de violência lança uma sombra sobre a posse de Daniel Chapo, evidenciando a necessidade urgente de diálogo entre governo e sociedade para evitar mais tragédias e buscar soluções pacíficas para as tensões sociais.