O Presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir Mayardit, pediu calma e o fim das ações violentas contra cidadãos sul-sudaneses no Sudão, atribuindo às Forças Armadas Sudanesas (SAF) a responsabilidade por atrocidades cometidas contra civis. Em um discurso à nação nesta sexta-feira, Kiir classificou os atos como “bárbaros, desumanos e comparáveis ao terrorismo em caráter”.
“Compartilho a dor de nossos concidadãos e condeno as atrocidades ocorridas, especialmente no estado de Al Gezira, Wad Madani. Essas matanças de inocentes são inaceitáveis e despertam lembranças trágicas para todos nós”, afirmou o presidente.
Kiir apelou à população sul-sudanesa para manter a calma e evitar retaliações, destacando a importância de proteger propriedades e negócios pertencentes a sudaneses residentes no país. “Somos um povo hospitaleiro, e é nosso dever oferecer proteção e apoio aos refugiados sudaneses que fugiram da guerra”, reforçou.
A declaração ocorre em meio à crescente tensão entre os dois países, intensificada por vídeos que circularam nas redes sociais mostrando sul-sudaneses mortos em Wad Madani. Esses registros levantaram preocupações sobre a segurança de milhares de cidadãos presos no Sudão, devastado pelo conflito.
Na quinta-feira, forças de segurança foram mobilizadas na capital do Sudão do Sul, Juba, para evitar que jovens enfurecidos saqueassem negócios de propriedade de sudaneses. Relatos confirmaram atos de vandalismo em empresas sudanesas em bairros da cidade, em retaliação aos supostos assassinatos.
A situação destaca os desafios enfrentados pelo Sudão do Sul em gerenciar as tensões internas enquanto lida com a crise humanitária e o influxo de refugiados do Sudão. O apelo do presidente busca restaurar a ordem e promover solidariedade em um momento crítico.